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Por: Andressa Berwanger de Carvalho

Tecnologia, viagem e reflexões: navegando entre fomo e jomo em um mundo conectado

Em tempos de hiperestimulação digital, não é difícil esbarrarmos em matérias jornalísticas que abordam os conceitos de FOMO (Fear of missing out), JOMO (Joy of missing out) e até outras siglas utilizadas para categorizar os inúmeros efeitos decorrentes do uso desenfreados das redes sociais, jogos e internet como um todo. 

E é normal que esses alertas surjam cada vez mais, visto que o uso das redes sociais já não serve mais – há muito tempo – apenas para nos conectarmos às pessoas distantes ou compartilharmos fotos fofas dos nossos pets. A rede social também é uma forte ferramenta de trabalho, de interação e conexão social e que pode trazer muito retorno financeiro e muita carga emocional.  

Se pararmos para pensar no poder avassalador que as redes sociais têm de conectar pessoas, formar redes de apoio de tudo quanto é tipo, interferir (para não falar “decidir” hehe) na política e mudar a vida profissional e pessoal das pessoas, a gente chega a se assustar.  

Sem contar no quão perdido a gente se sente em ficar horas sem o celular e/ou sem acesso à internet.   

Há poucos dias atrás eu e meu namorado entramos em férias e decidimos fazer uma viagem de seis dias e sem internet móvel, acessando apenas Wi-fi das hospedagens para necessidades básicas (dar aquele “alô” pra família mais próxima, consultar avaliações de alguns locais, acessar mapas e afins). Além disso, desinstalei por alguns dias o Instagram. 

Confesso que achei que a ideia seria ótima e que me sentiria o personagem principal de “Into the Wild”, kkk. Mas chega a ser engraçado o quanto a simples falta proposital de internet acabou nos colocando em alguns perrengues e limitou consideravelmente a ideia de fazermos passeios mais livres pelas cidades em que estivemos.  

Por outro lado, o gostinho de pegar o celular apenas para fotografar (algo que eu amo fazer) definitivamente foi muito legal. A sensação que tive é que eu observava tudo e a todos, conseguia efetivamente absorver toda aquela experiência de estar em um lugar completamente diferente. 

O engraçado foi que toda vez que eu me deparava com algo que eu não entendia ou que me gerava alguma curiosidade, eu rapidamente pegava o celular para dar aquele google maroto e, em seguida, lembrava que não tinha internet e que teria que conviver com aquela dúvida o resto do dia.  

Tudo isso fez com que eu inevitavelmente refletisse sobre nosso imediatismo, senso de urgência e a angústia de “estar por fora” do que tá rolando nas redes sociais.  

Enfim, depois dessa minha experiência de um semi-detox digital, posso dizer que o que eu senti um misto de FOMO com JOMO e amor com pitadas de ódio pelo o que nos é proporcionado pela internet e redes sociais diariamente.  

E quando eu fui exposta a esses acrônimos, eu achava que ou a pessoa é #teamFOMO ou #teamJOMO. Mas, no fim das contas, a gente sente tudo junto e misturado, até porque por de trás dos perfis de redes sociais, seguimos sendo seres humanos complexos, nos adaptando diariamente às trocentas novidades tecnológicas e dando o nosso melhor dentro das nossas particularidades e possibilidades.  

E assim seguimos com o desafio de encontrar o equilíbrio entre: se fazer presente no meio digital versus não se tornar um completo refém das redes sociais. Afinal, antes ser um JOMO do que um FOMO, né!? Hehe. 

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