Sou filha de aposentados e vivi minha primeira infância no meio rural, onde nossa família cultivava fumo e demais alimentos para a subsistência. Em 1991, com a aposentadoria de professora, minha mãe passou a dedicar-se à lavoura, à casa e ao cuidado dos filhos: eu e mais 2 irmãos. Junto a minha experiência de vida, reflito sobre a felicidade da conquista de um benefício, principalmente pela mulher, que ainda enfrenta dificuldades quando o assunto é o reconhecimento da atividade rural desenvolvida.
Morei até os meus 14 anos no interior de Sinimbu e naquela época as novidades da cidade não eram de fácil acesso. Novidades aqui me refiro, por exemplo ao lançamento da moda, ao último brinquedo e aos alimentos ultra processados (salgadinhos, biscoitos,...). Mas certamente, uma data que jamais esquecerei é a de 01 de março de 1991, quando a minha mãe recebeu seu primeiro benefício, dia em que ela trocou seu ferro à brasa por um ferro elétrico. E depois dessa data inesquecível, toda família esperava ansiosamente pela chegada do primeiro dia útil do mês, pois era o dia que sempre ganhávamos algo novo e diferente. Até hoje, “faça chuva, faça sol” minha mãe vai ao centro no primeiro dia útil, na primeira hora para receber seu benefício, mas agora o foco dela é presentear os 5 netos, que se envolvem na alegria dela em receber sua aposentadoria.
Ao relatar a felicidade da minha mãe, reflito sobre a conquista do benefício, principalmente depois de uma longa jornada laborada ou se analisarmos que a cada 4 indeferimentos da aposentadoria rural, 3 são das mulheres e 1 do homem. Em se tratando da conquista da aposentadoria, pode-se dizer que esse momento é transformador na vida da mulher, pois geralmente são feitas melhorias na moradia, melhorias no padrão de vida e sobretudo melhoria na SUA autoestima. Não raro escutamos relatos de mulheres que pintaram a casa, passaram a cuidar mais da saúde e tiveram mais tranquilidade em relação a perspectiva de receber mensalmente o seu dinheiro.
É de suma importância, a orientação qualificada quando o assunto é a preparação na busca do benefício, principalmente quando as mulheres ainda enfrentam grandes desafios no reconhecimento da atividade rural. Assim como a correta orientação, que podemos encontrar com profissionais altamente qualificados no Escritório Jane Berwnager, precisamos motivar cada vez mais as mulheres para a conquista do seu benefício.