Foto: Freepik
O Rio Grande do Sul e o Brasil enfrentam um aumento significativo na fila de benefícios do INSS, com um crescimento de 211,5% nos últimos cinco anos no Estado. A falta de servidores, problemas estruturais e desafios tecnológicos, agravados pela pandemia, são os principais motivos desse problema.
Em julho de 2023, havia 82.697 benefícios pendentes no Estado, representando uma queda de 2,7% em comparação com o mesmo período de 2022, mas um aumento exponencial em relação a julho de 2019. A falta de servidores federais na área de seguridade social contribuiu para essa situação, assim como a dificuldade de adaptação do sistema à Reforma da Previdência.
Deficiências estruturais, como a demora na análise de recursos e problemas na digitalização dos processos, também são fatores que contribuem para a demora na concessão de benefícios.
No Estado, 59,07% dos benefícios pendentes estão na fila há mais de 45 dias, com um tempo médio de concessão de 46 dias em julho de 2023.
De acordo com a advogada e diretora do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Jane Berwanger, uma quantidade grande de servidores do INSS se aposentou. “O governo apostava na tecnologia para tentar compensar essa redução de servidores. Só que essa aposta não deu muito certo”. Pontuou.
A doutora explicou ainda que a falta de êxito nessa troca é explicada por uma série de fatores, como falta de afinidade de parte da população com tecnologia. A necessidade de adequações no sistema diante da transição imposta pela Reforma da Previdência também tem peso nesse processo, segundo a especialista.
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, menciona medidas para reduzir a fila, incluindo bônus de produtividade e mudanças no processo de concessão de benefícios por incapacidade. Ele também destaca a convocação de novos técnicos, mas reconhece a necessidade de mais investimentos em pessoal e automação.
Os requerentes experimentam profunda indignação e irritação devido à considerável demora nas respostas do INSS. Para muitos deles, o benefício representa uma necessidade premente que desempenha um papel crucial no sustento básico de suas famílias.
Esse sentimento de impotência não afeta apenas os solicitantes, mas também se estende aos seus representantes legais. Os advogados enfrentam a árdua tarefa de explicar aos seus clientes que não podem influenciar significativamente na demora do andamento dos processos.
Texto adaptado: Matéria GZH – 19/09/23 – Créditos: Anderson Aires
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